("Somewhere in between" - The ball and chain)
E cá estamos de novo. Eu e você,
meu antigo e nem tão saudoso companheiro. Você, que me atrapalha e me angustia,
que me impede de escrever “pra fora” o que sinto aqui dentro. Que trava meus
dedos, meu cérebro, minha inspiração. Você, meu bloqueio.
Ando escrevendo pouco, mas nem é
por falta de vontade ou de inspiração. É apenas por bloqueio e por preguiça
mesmo. Fazia muito tempo que não me sentia tão compelido a escrever, e fazia
também muito muito tempo que não sentia uma força tão grande me impedindo de
botar pra fora. Já sentei-me confortavelmente à frente do computador, já
procurei respirar fundo e tentar deixar fluir. Triste desilusão.
Como uma represa cheia, prestes a
transbordar, sinto as palavras se avolumando em meu peito.
Com uma força cada vez maior,
exponencialmente crescente a cada instante, comprimindo.
Uma angústia repressiva, que a
cada expiração me sufoca mais, mais e mais.
Um punho impiedoso, que se fecha
sobre meu coração cansado.
Uma ideia fixa, que teima em
martelar em minha mente procurando uma brecha.
Meu medo é de um belo e triste
dia vir a falecer de não-verborragia-aguda (e surda), combinada com um ataque
de engasgamento de indigestas letras não vomitadas.
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