terça-feira, 22 de outubro de 2013

An(d no me)gustia

http://www.youtube.com/watch?v=WpmILPAcRQo
(Dirty Dancing - Time of my Life (Final Dance))




Hoje passei por uma experiência nova. Nova, inusitada e difícil. Muito difícil. E, pela primeira vez em muito tempo, fraquejei. E fraquejei de verdade.


No início era apenas um aperto, uma sensação esquisita na boca do estômago. Um aperto, um mal estar, um leve e persistente incômodo. Tentei ignorar, e a princípio até consegui. No entanto, esse mal estar foi se alastrando, foi crescendo, foi estendendo seus tentáculos. Como uma trepadeira daninha, criando raízes e crescendo, expandindo-se. Quando dei por mim, já não era apenas um pequeno incômodo. Era já uma angústia...

Angústia. Fincou raízes em meu âmago e fez com que se retorcesse. Fez com que desse nós e mais nós em volta de mim mesmo. Paralisou-me. Água fria no rosto, na nuca. Respiração compassada, controlada. Inspira... expira... inspira... expira.

Agora, o frio. E o suar frio. Mãos trêmulas, vista meio enevoada. Suando, mesmo com o ar condicionado ligado. E o aperto cada vez mais apertado. Cada vez fechado-se mais, mais e mais.

Ar puro! Sol! Exterior!! Consulta no médico, medicação prescrita. Meu amigo preto e cama. Sem sono, no entanto. Sem conseguir relaxar. Apenas um mal estar, uma tontura, uma sensação de estar fora do corpo. Um pedido de ajuda...

Rapto. Raptoras. Raptado. E assim, na condição de cativo, lá vou eu ao parque caminhar um pouco, respirar o doce e fresco ar da noite recém surgida. Clareia a mente, auxilia a diminuir a angústia. Um bom complemento para o faixa preta.

Fome. Janta. Sanduba. Conversas e risadas, deliciosas companhias. Amigas de verdade, preocupadas a ponto de não me deixarem sozinho em nenhuma hipótese. Enfim, em casa. Lar doce lar. Cafofo meu, lugar sagrado onde me sinto seguro.

Noite alta. Lua cheia. Céu nublado.

A noite será longa, a madrugada solitária. Pois a angústia está voltando. Aos poucos, eu sinto, mas está chegando. Parece ganhar a luta contra o faixa preta. Acolho de braços abertos essa futura noite insone.


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