quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Profético

http://www.youtube.com/watch?v=yaXHW3yigaE
("Vida louca vida" - Lobão)




Ontem, passeando pelos textos do blog, achei um que parece que foi escrito pelo meu eu do começo do ano para o eu atual. Pela data, foi escrito pouco antes de eu começar a namorar. Eu o li, reli, li novamente. E até postei um link no face. Pareciam mesmo palavras destinadas a mim. Um texto quase profético.


Desde que me separei, desde que terminei meu casamento, nunca tinha realmente me dado uma chance. Na verdade, pra ser sincero, nem mesmo durante meu casamento. Acho que ainda não estava preparado, não estava maduro o suficiente. Deixe a vida me levar, vida leva eu... não sou eu quem me navega, quem me navega é o mar...

Um amor de verão. Sonhos de uma noite de verão. Relacionamento que durou apenas uma estação. Deixou marcas, deixou cicatrizes, deixou hematomas. Só não deixou saudades. Mas, lado bom, não deixou rancor. Ou raiva. Ou ressentimento. Me fez bem, ajudou-me a crescer. A amadurecer. Deu-me ferramentas para que eu pudesse, enfim, começar a entender a mim mesmo.

É como saltar de pára-quedas. Confiança. Entrega. Mesmo que por um breve momento, a sensação é indescritível. Hoje sei, hoje afirmo. Se me perguntarem se eu passaria por tudo isso de novo, se tivesse a chance de mudar, diria que sim. Doeu, machucou. E no entanto foi necessário. Foi preciso. Foi.

Hoje acordo, abro a janela e vejo um lindo Sol surgindo no horizonte. Vejo um céu anil, profundo, magnífico. O ar puro enche meus pulmões, sua baixa temperatura acorda meu corpo. Olho no espelho e vejo a mim. Pelos meus olhos. Noto as imperfeições, as feições, o sorriso.

Não, não estou mais de luto. Não, não estou mais escondido. Não, não estou mais enclausurado. Estou aberto, estou desperto, estou pronto. Ainda tenho essa espada pendente sobre minha cabeça, mas nada posso fazer a respeito. Nada, a não ser esperar. Esperar e rezar (sim, aprendi a rezar também).

Espero, rezo e agradeço. E torço pela felicidade. Minha e daqueles que amo. Minha e daqueles que me machucaram. Pois a felicidade é um presente, e deve sempre ser compartilhada. Parece que estou, enfim, encontrando meu caminho. Ainda pegarei alguns atalhos, me embrenharei em desvios duvidosos. Só que serão os meus atalhos e os meus desvios. E sei, com toda a certeza, que sempre terei meus amigos para me apoiar.

Um comentário:

  1. "(...) E livrai-nos de todo o mal... AMÉM!"
    Poucas pessoas percebem o poder deste pedido à Deus. Como já lhe disse certa vez, "Deus nos ensina a cair, para aprendermos a levantar". Uma grande verdade. Às vezes a queda é dolorida, principalmente qdo nos damos conta que foi exatamente 'aquela' pessoa a quem tanto nos doamos, que acabou por nos dar uma rasteira.
    Todavia... A lei da ação e reação está sempre presente em nossas vidas. Enqto suas atitudes permanecem voltadas ao bem, ao positivo, que mal é capaz de mantê-lo no chão? O prazer que uma maldade nos traz é tão ligeiro qto um piscar de olhos. Logo passa, logo deixa o vazio dolorido dentro de nós. Por isso algumas pessoas, como viciados em drogas, acabam por buscar mais e mais essa sensação tão superficial. Ciclos viciosos.
    Fico feliz que tenha tirado o luto. Fico mais feliz ainda em vê-lo tão bem, tão feliz, tão cheio de vida e certezas. Nada como ter alguém tão querido caminhando em frente.
    Não se preocupe com os pequenos espinhos que aparecem nesses desvios duvidosos. Sempre haverá amigos que te gostam, para ajudá-lo nos curativos.
    Ferida alguma pode ser capaz de estagná-lo.

    E sim, felicidade incomoda mta gente.

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