terça-feira, 7 de agosto de 2012

Three Wishes

("Tocando em Frente" - Maria Bethania * Fragmentos do texto "Disco Voador" de Fausto Fawcet )





Hoje cheguei a uma conclusão. Definitivamente não sou o mesmo. Aquele que iniciou o ano de 2012 não é o mesmo que vai terminá-lo. Durante muito tempo em minha vida eu simplesmente vi a vida passar.

Estava à toa na vida, o meu amor me chamou, pra ver a banda passar... Mas para meu desencanto o que era doce acabou, depois da banda passar... e cada qual no seu canto, em cada canto uma dor...


Passei muito de minha vida anestesiado, contando com um pouco de sorte e um pouco de inteligência (e quase nada de esforço). As coisas passavam, os dias, anos iam se amontoando. Um após o outro, um seguido do outro. Sucessivamente. E eu, tal qual a água, simplesmente ia me adaptando. Procurando desculpas, seguindo sem realmente... seguir.

Seis meses. Um semestre. Meio ano. Algo aconteceu entre aquele Natal e final de ano, aquele regado a sorvete e bolo. Aquele solitário. Aquele enclausurado, escuro, escondido. Aquele que se ocultava atrás de um falso sorriso, usando sempre as suas invisíveis muralhas para manter tudo e todos fora.

Lidar com sentimentos nunca foi fácil. Não sei se, por ser de ascendência oriental, tenho esse pequeno grande problema. Sempre foi difícil lidar com emoções, com sentimentos. Fragilidade, vergonha, medo. Ou nada disso. Não sei. Mas sempre foi mais fácil apenas não sentir, apenas deixar passar. Deixar a banda passar.

Sempre fui um cara sensível. Frágil até. E tímido. Poesias, belos textos, músicas suaves. Romantismo, palavras doces. Tudo tão profundo quanto... um belo espelho d’água. Quando mais novo, passava noites tocando minha gaita. Melodias tristes, que expunham (apenas para mim) a melancolia que sempre me acompanhou. Sempre? Sempre... pelo menos até agora.

Sofri. Decepcionei-me. Apaixonei-me. Machuquei-me. E, melhor de tudo, aprendi. E não me arrependi. Pela primeira vez em muito tempo (quiçá até pela primeira vez em minha vida) senti o que podia ser o amor. Foi bom, muito bom. Não deu certo? Balela. Deu certo sim, apenas não durou “para sempre”. Mergulhei de cabeça sem importar-me com nada. Doei-me sem medo. E sem ressalvas. Doei-me. E... doeu-me.

Arrependimento? Não, nenhum. Agi como pensei ser o certo, fiz enfim o que mandava o meu coração. Fui, sem medo, sem receio, sem ressalvas. E fui feliz. Mesmo que apenas por um breve período de tempo, mesmo que apenas por uma fração da vida. Sim, foi bom enquanto durou. E sou grato por ter vivido o que vivi. Sei que precisava disso, sei que era algo que eu necessitava viver. Erros que precisava cometer, besteiras que precisava fazer.

Hoje sou um novo Eu. Sou uma pessoa diferente. Talvez por isso não sinta mais raiva, rancor ou ódio. Sinto apenas um bem estar, uma felicidade que parece que brota de mim. Distribuo sorrisos, afagos, carinhos. Abro o peito e aceito que outros compartilhem comigo o que tenho de melhor. E que me ajudem no que tenho de pior. Aprendi que, além de ajudar, também necessito de ajuda. E agradeço todos os dias pelos amigos que fiz. Amigos que me dão força, que me dão apoio. Que me dão amor. Amigos que, embora não sejam todos parentes de sangue, os são de alma. E que vou carregar comigo para sempre.

Obrigado. Muito obrigado, do fundo do meu coração. Espero que a vida nos seja leve, que os anos nos tornem sábios. E que a felicidade nos encontre. Como no filme “Three Wishes”. O que desejo? Desejo ser feliz com o que tenho. Pois agora sei que o que tenho é sim muito. O que tenho é tudo.

Descubro-me... feliz!

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