quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Menininha

http://www.youtube.com/watch?v=fKILcQkRvaY&list=TLiTu5jLXHUJE
("Menininha" - Toquinho)





Escrever. Hoje até que estou com vontade. Mas sobre o que escrever? Posso falar sobre minha filha, que ontem ficou enrolando pra dormir. Não queria de jeito nenhum dormir. Lutou contra o sono até tarde. Lá pelas nove e meia da noite resolveu que queria ir no balanço pra brincar. Então começamos. Balança, balança, balança. “Quer que o pai cante uma música?”, sinal afirmativo com a cabeça. E lá vou eu gastar meu repertório de músicas pra crianças. Canta, balança, canta, balança... olhos quase fechados, cabeça pendendo pro lado. “Filha, vamos dormir?”, “não!”. Canta, balança, canta, balança. “Filha, não quer ir pra rede?”, “Tá”. E lá vamos nós pra balançar na rede. Balança a rede, canta musiquinha, balança a rede, canta musiquinha. Menos de cinco minutos, “zzzzzzzzz...” Enfim!


Nunca imaginei que ter filhos fosse tão bom. Dá um trabalhão, ainda mais qdo é uma japinha turrona! Ô menina de personalidade, de vontade! Vai nos dar muito trabalho. Mas ainda assim é um trabalho gostoso. E que desejo a todos, amigos ou não. Nunca fui tão feliz em minha vida. Durante a noite, me levanto e vou até o berço só pra ficar olhando-a dormir. “Que coisa linda! Nem acredito que é minha filha.”. Sinto vontade de pegá-la no colo, de apertá-la, de abraçá-la. Mas me seguro. Me seguro pq sei que, se ela acordar, a mãe dela vai me arrancar a pele! rs.

O que gosto em ser pai? O que posso dizer pra aqueles que ainda não são, ou para aqueles que não têm certeza se querem ser?

Ser pai é uma coisa incrível! É diferente a nossa percepção da das mulheres. A começar pela gravidez. Pra elas, a ficha já cai qdo fazem o teste da farmácia e saem gritando, às 4 da madruga, pulando e te chamando: “Deu positivo, deu positivo!!!”. E vc, com aquela cara de sono, pego de surpresa, só sabe dizer que “não fui eu, posso explicar...”

Durante a gravidez a ficha tb demora a cair. Na verdade, se não contarmos aquele ser que agora dorme muito e devora tudo o que vê pela frente, nossa vida em nada muda.  Não até a hora em que estoura a bolsa. Não a Bovespa. Antes fosse. No meu caso estourou bem durante o jogo do Verdão x Sport. Me salvou de passar raiva (meu Verdão do coração tava perdendo).

Então, eis que às três da manhã do feriado de 1º de Maio, nasce minha filha. E eu, todo bobo, vou vê-la nas mãos do médico. “Ai que coisinha mais linda, que carinha de joelho”. E então voltamos pra casa. Banhos, fraldas, choros, mamás. Ainda bem que tirei férias. Noites mal dormidas, correria a toda hora. E o melhor? O melhor é que amei cada segundo! O primeiro banho que dei nela, lembro até hj que ela cabia na palma da minha mão. E qdo ela tinha cólicas? Parece mentira, mas eu a pegava no colo, ligava a esteira (que enfim serviu pra alguma coisa além de varal de toalhas) e ficava andando. Pior? Pior é que funcionava! Ela logo se ajeitava, mexe daqui, mexe dali. E dormia.

Tudo é diferente, cada pequena conquista dela é motivo de comemoração. Lembro-me da primeira vez que ela conseguiu tomar suco na mamadeira, da primeira vez que ela se virou sozinha na cama, dos primeiro passos (esses foram na loja). De fato uma criança muda muito a vida de um homem. E eu também mudei. Agora, quando vejo alguma criança ou bebê na rua, fico feito bobo olhando, observando. Se é mais novo do que minha Carol, logo fico lembrando de como ela era. Se é mais velho, fico imaginando se ela será desse ou daquele jeito. E tenho certeza que fico com cara de bobo.

Ter filhos é uma benção, recomendo a todos. Eu sei que todos imaginam que as mães acabam se apegando mais, principalmente pelo fato de amamentarem, de carregarem as crianças no ventre por meses. Mas afirmo sem medo que os pais também se apegam muito aos filhos. E, no meu caso, sou um pai babão assumido. Amo minha filha mais que tudo no mundo, sou capaz de fazer de tudo pra vê-la feliz. Se isso me torna um bom pai? Não sei. Só sei que não vou economizar nos beijos e abraços, mesmo depois que ela crescer e ficar com vergonha do pai “grude”. E nunca vou deixá-la sozinha, sempre vou estar ao seu lado pra orientar, proteger, encorajar. Jamais vou andar por ela, mas se precisar vou carregá-la sim. Porque é pra isso que estamos no mundo, pra cuidar de nossos filhos.

E, como descobri que sou bobo mesmo, vou cantar sempre pra ela a “Valsa para uma menininha”, mesmo quando ela tiver seus vinte, trinta, quarenta, cinqüenta anos. Porque, na verdade, minha menininha será sempre a minha Carolzinha, o ser mais importante da minha vida. E eu serei sempre o seu pai babão. Sempre.

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