("Like The Weather" - 10.000 Maniacs)
(Mais um da série Férias em Sampa)
Férias. Juro que pensei que fosse passar muitos dias desconectado. Juro que tinha a certeza de que iria apenas passear por Sampa, tomar o meu banho de cultura básico e curtir alguns momentos sozinho. Afinal, pensava eu, não mais precisarei do virtual quando estiver na metrópole brasileira.
Ledo engano. Tenho estado mais conectado agora do que antes, passo o dia na internet. Quando chove e não posso sair de casa, fico no netbook. Leio textos, mando scraps, entro no MSN. E quando vou pra rua também permaneço conectado. Bendito celular, bendito pacote de internet ilimitada que arrumei. Ando pela rua, mas deixo sempre o MSN móbile conectado. E invariavelmente me pego teclando enquanto ando pela paulista. Ou enquanto janto. Ou enquanto olho pro céu.
Ontem o dia foi muito gostoso. Fui fazer meu passeio diário, andar a esmo pela Paulista. Pensei em ir ao MASP depois do almoço, mas a chuva me obrigou a mudar de planos. Então, do nada, me vi preso na Fnac. Realmente uma pena. Encalhado em um lugar cheio de livros, cheio de revistas e com muitos sofás. rs. De fato uma tortura. Passei horas lá, olhando livros, folheando, vendo fotos e figuras, colhendo trechos. E acabei comprando três livros da Penguin. “Fairy Tales” – Hans Andersen (pensando em ler para depois contar para a minha princesa antes de dormir); “Selected Tales” – Edgar Allan Poe (para ler textos do mestre no original); e “Through the looking glass” – Lewis Carroll (para tentar entender o fascínio exercido pela Alice).
Passar algumas horas imerso em cultura, rodeado de livros. Nem vi o tempo passar. Lógico que também aproveitei e conversei com algumas pessoas no MSN. E foi aí que acabei marcando um encontro com a Emi florzinha, a 2ª PPG.
Saindo da Fnac, feliz e contente com meus livros debaixo do braço, aproveitei que a chuva tinha parado e fui caminhar mais um pouco. E me vi em frente a um Starbucks. Nunca tinha entrado em um, nunca tinha nem pensado em ir a um. Sempre ouvi falar, mas na verdade nunca senti curiosidade em provar. Pelo menos não até ontem. Tempo chuvoso, algo frio, céu cinzento. Vontade de tomar algo quente e reconfortante. Por que não entrar? Por que não dar uma chance?
Dez minutos olhando o menu, tentando entender aqueles termos e tentando decidir o que pedir. Por fim, caffe moccha. Café com chocolate, não sei mais o que e um pouco de chantilly por cima. Em um típico copo que só vi em filmes e seriados. Mesa para sentar? Hmmm, parece que logo ali à frente tem um espaço com mesinhas e cadeiras. Caminhando pelo Starbucks, copo em uma mão e celular na outra. Muitas mesinhas, muitas pessoas com notebooks tomando café. Algumas lendo, outras conversando. E no canto, perto da porta, à minha esquerda, uma bonita morena. Absorta, olhando em seu notebook e sentada em um confortável sofá. Olhei, meio que de soslaio, mas olhei. Olhar retribuído, belos olhos castanhos por detrás dos óculos. Sorri, um sorriso tímido, envergonhado. Sorriso retribuído. Tudo isso em uma fração de segundos, no curto espaço de tempo entre três ou quatro vagarosos passos.
Procurei um local para sentar. Um confortável sofá, uma delicada mesinha redonda. Dois ou três minutos para conseguir entender como fazer para tomar a bebida. Gira daqui, vira de lá, aperta e puxa. Desisti. Simplesmente arranquei a tampa fora e mergulhei no sabor. Paixão ao primeiro gole. Recostado na poltrona, olhos fechados, preguiçoso. Sorvendo lentamente, a goles vagarosos.
Pretendo voltar lá, mas dessa vez vou levar o netbook pra poder escrever...
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