Um local onde vou guardar alguns retalhos de minha vida, um lugar onde posso deixar meus textos.
Retalhos são pedaços soltos, sem sentido algum se vistos separadamente. Mas, quem sabe se juntos eles não formarão uma bela colcha?
(Cada postagem é composta de três partes. O texto em si, a figura e uma música. De certa forma as três partes estão interligadas, funcionando juntas)
Ontem, passeando pelos textos do
blog, achei um que parece que foi escrito pelo meu eu do começo do ano para o
eu atual. Pela data, foi escrito pouco antes de eu começar a namorar. Eu o li,
reli, li novamente. E até postei um link no face. Pareciam mesmo palavras
destinadas a mim. Um texto quase profético.
("Tocando em Frente" - Maria Bethania * Fragmentos do texto "Disco Voador" de Fausto Fawcet )
Hoje cheguei a uma conclusão.
Definitivamente não sou o mesmo. Aquele que iniciou o ano de 2012 não é o mesmo
que vai terminá-lo. Durante muito tempo em minha vida eu simplesmente vi a vida
passar.
“Estava à toa na vida, o meu amor
me chamou, pra ver a banda passar... Mas para meu desencanto o que era doce
acabou, depois da banda passar... e cada qual no seu canto, em cada canto uma
dor...”
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria acende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
Era pra ser o fim. Teria que ser o fim. Tinha tudo pra ser o
fim. Só que, não sei se infelizmente, ainda restaram algumas arestas. Talvez
seja assim mesmo, as coisas não acontecem no ritmo que queremos ou que
desejamos. Elas apenas acontecem.