segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Everybody says I love you

(Somebody to Love - Queen)





Mais uma republicação de textos. Acho que não estou muito inspirado pra escrever esses dias.


No longínquo ano de 1996 me lembro de ter visto um filme chamado “Todos dizem eu te amo”. Me lembro perfeitamente que eu primeiro vi o trailer e gostei. Era um filme do Woody Allen, e desde aquela época eu já curtia filmes mais “europeus”, menos “Hollywoodianos”. Esse filme é quase um musical, mas com os atores todos cantando mesmo, sem dublagem nem mixagens. Fui assistir com uma amiga minha, uma querida amiga que foi muito importante em minha vida. E lembro-me que ela ficava brava porque só o que eu falava do filme era que os atores cantavam sem serem dublados. Acho, ou melhor, tenho certeza, que ela não gostou muito do filme porque eu fiquei enchendo o saco dela.


“Eu te amo”. Como pode uma frase ser assim tão poderosa e tão banalizada? Tão complicada de se dizer, e ao mesmo tempo tão vulgarmente alardeada? Tão preciosa e, no entanto, tão jogada aos quatro ventos?
Sim, existem alguns tipos de amor. O amor de pai, inconteste. O amor de filho, complicado. O amor de irmãos, indiferente. O amor de amigos, inexistente.

Mas o Amor, o Amor de Homem, esse é o que me incomoda.

Sou pai, tenho uma linda princesa que amo mais do que tudo. Dela eu sinto saudades, dela eu sinto falta todos os dias. Amo quando ela vem ao meu encontro, braços abertos, sorriso no rosto, e pula em meu pescoço. “Papai, tava com saudades...” isso me derrete. Amo as noites mal dormidas, aquelas em que ela resolve acordar de madrugada pra assistir TV ou pra ver os “cocós” (passarinhos).

Sou filho e irmão também, e sei que a família é algo que não escolhemos. Família é algo que se nasce junto, é algo que iremos carregar e ter ao nosso lado pelo resto de nossas vidas. E o amor que temos por nossos familiares é algo que carregaremos conosco para sempre, mesmo que por algum motivo acabemos por nos afastar.

Sou conhecido de muitos, mas amigo de poucos. Gosto dos meus amigos, apenas não sei dizer “te amo” para eles. Embora muita gente diga que amigos também dizem “eu te amo”, acho que ainda não me encaixo nessa situação. Só sei que amigos nós escolhemos, só sei que pelos amigos nós também somos escolhidos. E junto permaneceremos pelo tempo que for bom, eventualmente nos separando e nos distanciando durante nossa caminhada.

Mas, pergunto a mim mesmo, e quanto ao amor? Ou melhor, e quanto ao Amor? O Amor que não é o de pai, o fraterno nem o de amigo. O Amor que nasce entre duas pessoas e que as faz querer estar sempre junto, que faz nascer entre elas aquela vontade de não apenas se ver todos os dias, mas de planejar algo para todos os dias. Acho que esse sim é inconteste, complicado, indiferente e inexistente pra mim...



Bem, vou fazer deste post um post meio europeu. Vou deixá-lo assim, meio sem final.



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