terça-feira, 20 de novembro de 2012

Espelho espelho meu

http://www.youtube.com/watch?v=t-lLvZ_sTGo
("Maluco Beleza" - Raul Seixas)




Um dia alguém me disse que vida virtual era boa e ruim. Que, na verdade, ela não era nada diferente de todo e qualquer instrumento criado pelo homem. Ser boa ou ruim dependia apenas da finalidade com que era usada. Então, se pensarmos bem, ela não é nem boa nem ruim. Ela apenas é.


Dizem que a internet aproxima quem está longe e afasta quem está perto. Hoje li um texto no Estadão que falava mais ou menos sobre isso. Falava sobre o tal “espelho negro” que carregamos em nosso bolso. Aquele tal espelho, que nos mantém sempre conectado com o mundo distante, sempre em sintonia com o restante do universo. Mas ao mesmo tempo mantendo nossa atenção longe de quem está bem ao nosso lado.

Eu sou, digamos, um cara bem compartimentalizado. Tenho amigos “reais” e “virtuais”, todos eles devidamente “guardados” em seus compartimentos. Pessoas que nunca vi, pessoas que nunca verei, pessoas as quais jamais vi o reflexo. Pessoas que sequer imaginam de que cor são meus cabelos castanhos. Pessoas cujo movimento sequer imagino como deva ser.

Neste final de semana que passou, resolvi simplesmente me desconectar. E, ao fazer isso, tentei me conectar. Desconectei-me do mundo virtual, dos amigos reais e virtuais. Fechei Facebook, whattsApp, desinstalei do celular, apertei a tecla mudo. Mal e mal respondi a um ou dois SMS. Com isso tentei conectar-me comigo mesmo. Passei a maior parte do FDS sozinho em casa, apenas em companhia de mim mesmo. Limpei a casa, esfreguei, lavei, enxagüei. Saí para almoçar só. E só. Tardes vazias, preenchidas com filmes, livros (enfim!), sonecas.

Praticamente agradeci aos céus pela chegada da 2ª feira. Havia muito que não saudava esse dia da semana com tanto gosto e alegria. Um misto de alívio, prazer e... não sei. Talvez apenas mais um tempo para mim, apenas mais uns dias comigo mesmo. Pois desta vez é diferente, desta vez há planos que me fazem companhia. Que me acompanham nas noites quentes, que me embalam nas madrugadas insones.

Planos, sonhos... Perto ainda que distante, reais-virtuais. Não mais um casulo, não mais muralhas. Apenas descanso, apenas... hiato.


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