("Foi um rio que passou na minha vida" - Paulinho da Viola)
- Sinto falta da vida de casado
- Você sente falta da companhia, quer dizer né?
- Não, sinto falta da vida de casado mesmo...
Aos poucos me descubro. Com
paciência e tempo vou me descortinando. Pedaço a pedaço vou desconcertando meu
EU. Dia após dia, vontade após vontade, desejo após desejo. Autoconhecimento.
Sinto falta da vida de casado.
Gosto da vida de casado. Gosto de chegar em casa e ter sempre alguém com quem
conversar, gosto de acordar de manhã e ter alguém que me dê bom dia. Arrumar as
crianças para ir à aula, organizar mochila, lanche, frutas. Café da manhã
agitado, correria. Arruma mochila, checa o dever de casa. Leite com Tody.
Sinto falta de fazer planos. Não
apenas imaginar como seria a vida cinco ou dez anos à frente, mas planejar para
chegar lá juntos. Vender uma moto, comprar outro apartamento, economizar.
Trocar de carro, compras de mercado, arroz, feijão, frutas. Viagem de final de
ano, férias coincidentes, feriados à toa. Filmes e seriados.
Deitar juntos, acordar abraçados.
Carícias trocadas no meio da noite. Chamegos no meio da tarde. Olhares durante
o expediente. Escapulidas em ruas vazias, loucuras em becos escuros,
traquinagens com o carro em movimento.
Estar, planejar, sonhar.
Construir, brigar, fazer as pazes.
Dizem que cada um é de um jeito,
que cada pessoa tem os seus gostos e preferências. Eu sou assim. Gosto de ser
casado, gosto de comprometimento. Estou em uma fase da vida que não me
interessam amores passageiros, namoros fugazes, sonhos de uma noite de verão.
Quero casar novamente. Família,
filhos, contas divididas. Percalços enfrentados juntos, atalhos pegos lado a
lado. Amantes e companheiros, confidentes. Uma vida plena, complementar.
Esse meu amigo é um romântico, mesmo....
ResponderExcluirBelissimo texto!
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