quarta-feira, 7 de novembro de 2012

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http://www.youtube.com/watch?v=cRM1IVXmTYI
("Devaneios" - Jorge Vercilo)




A vida é longa, e para mim a crise dos 30 poderia muito bem ser chamada de crise dos “enta”. Ao fazer 18, não tive grandes problemas. Ao fazer 24, uma ligeira coceira e vontade de usar bombachas, mas nada muito grave. Ao fazer 30, a vida era leve. Chegando nos “enta”...


Vivi minha vida de forma não muito linear, com muitos baixos e poucos altos. E me vi perdido muitas e muitas vezes. Nunca soube exatamente quem eu era, onde me encaixava, para onde deveria ir. Durante infância e adolescência, apenas me limitava a seguir o caminho traçado para mim. Cuidar para não sair dos trilhos. Já adulto, algumas reviravoltas, muitas voltas e alguns caminhos tortos.

Outro dia me perguntaram se terapia realmente faz efeito. Respondo, sorrindo, que posso não ser o modelo de sanidade e equilíbrio. Mas aprendi muita coisa graças à terapia. Aprender não somente a pedir ajuda, mas a aceitar a ajuda. Entender que apesar de muitos anos vividos, ainda tenho muita coisa a trabalhar. E poder ver, enfim, que as coisas se encaixam. Nos momentos em que mais precisei, a terapia foi-me como uma tábua de salvação. Não que eu dependesse apenas dela para me (re)erguer. Só que, com ela, aprendi a me levantar.

Passar por momentos difíceis, quando tudo o que queremos é levantar os altos muros que nos protegem do exterior. Isolar-se, fugir para o nosso confortável e aconchegante casulo. Passar muito tempo em companhia de nós mesmos. Imersos em pensamentos, absortos em devaneios.

Ainda hoje sinto vontade de sumir. Ainda hoje senti vontade de fugir. E isolo-me vez em quando. Sento-me no computador apenas para ler as notícias, passar os olhos nas novidades da net. E acabo a noite assistindo a filmes. E, no entanto, sempre torcendo para que alguém ligue ou mande sinais de fumaça.

Um comentário:

  1. Eu estou como vc. Mas até hoje não fiz terapia. Minto, fiz mas qdo criança qdo era apenas uma garota assustada e introvertida. Hoje que me enocntro sozinha, confesso q vivo a espera de q alguém ligue para saber como estou, para jogar conversa fora e me tirar da solidão q me assola todas as noites.

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