("Mulheres de Atenas" - Ney Matogrosso)
Agente tem medo
A gente sem medo
Há gente que em segredo
Fica nos apontando o dedo
Os olhos nos seguem
Seguindo, prosseguem
Por mais que me invejem
Na língua escorreguem
A língua bifurca
À míngua se percam
Se escondam na burca
Veneno que secam
Sigo a vida ao luar
Sempre mudando de lugar
Pois há esperança em encontrar
Quem faça o coração disparar
E esse texto já está ruim, recheado
de rimas pobres. Pior seria se estivesse, lotado de rimas do “ão”. Mas quem
mandou abrir os olhos, antes mesmo de terminar? Agora tenho que matar a vontade
de premer o dedo no apagar.
O medo que nos contamina
Do dedo em cada esquina
Só rindo da minha menina
Coisas de gente pequena
Não ligo para o pensamento
Daqueles que, sem contentamento,
Tomam a postura de um jumento
Coisas dignas de pena
Já tenho trabalho gigante
Convencendo meu eu errante
De curtir apenas o instante
Coisas que a gente encena
Razão e emoção, triste dualidade
Difícil de se encarar a doce
realidade
Pois quando se trata de ver a
verdade
Coisas das mulheres... de Atenas
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