sábado, 18 de fevereiro de 2012

Dança

("Dois pra lá, dois pra cá" - Elis Regina)




Nada como uma noite bem dormida. Ou, no caso, duas. Duas noites, talvez doze ou treze horas de sono. Sono agitado, cheio de sonhos dos quais não me recordo muita coisa. Assim que desliguei o MSN, duas noites atrás, rabisquei algumas linhas no Word. Foi um pouco antes de desativar meu perfil. Não publiquei, talvez pensando em voltar a elas mais tarde. Só que, dessa vez, não tive vontade de terminar. Então simplesmente publiquei, em um formato diferente, com uma foto meio engraçada e uma sugestiva música. “Noite sem Lua”.


Aos poucos estou me ajeitando. E aos poucos estou me recompondo. Um passo após o outro, um pé de cada vez. Aos poucos vou descobrindo o que eu quero. E como eu quero. Pequenas vontades, grandes desejos, doidas aspirações. De pedaço em pedaço vou me montando, um quebra-cabeça quebrado que sou. Com peças faltando e peças erradas.

Como uma dança mal ensaiada, nós dois brincamos. Chegar até onde chegamos, diria, foi difícil. Quem acreditaria que nos encontraríamos onde estamos agora? Duas pessoas diferentes, dois ritmos distintos. Um passo pra lá, dois pra cá. Eu avanço um, regrido dois. Você se afasta três, e volta um. Rodopio. Dou dois pra direita, você vira pra esquerda. Eu viro pra esquerda, você volta um. E mais rodopios.

Quanto tempo faz? Dias? Semanas? Meses? Anos? Um tempo que parece uma eternidade, um tempo que passa seguindo o seu próprio ritmo. E, mais uma vez, o tempo trava. Congela. E me deixa sem chão.

Sinto-me em uma encruzilhada (ah! essas malditas encruzilhadas!). O medo, meu mais confiável companheiro nessa viagem chamada vida, me cutuca a toda hora. “Do que temos medo?”, perguntei a você. Acho que já sei a resposta. Na verdade, acho que sempre soube. A diferença é que agora me sinto mais à vontade para olhá-la de frente.

Duas noites bem dormidas. Um longo feriado pela frente. Vou aproveitar esses dias para refletir, para tentar entender. Férias da net, férias da vida, férias de tudo. E, quem sabe se ao final desse pequeno interstício, eu não decida juntar minhas penas e delas fazer asas? Talvez com elas eu, enfim, consiga voar ao seu encontro.

“Cuida de mim enquanto não esqueço de você
 Cuida de mim enquanto finjo que sou quem eu queria ser.
 Cuida de mim enquanto não me esqueço de você
 Cuida de mim enquanto finjo, enquanto fujo.”

2 comentários:

  1. Tão eu...
    Tão meu.

    Textos que entram no meu peito e dilaceram meu coração.

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  2. Faltou ar. Faltou ar. Faltou ar. E no final, ainda tinha teatro mágico! Ai!

    As vezes eu não consigo me concentrar assim: 'Um passo após o outro, um pé de cada vez'. São horas que eu me sinto tão debilitada de dar o segundo passo quanto dar o primeiro.

    Um abraço Fred!

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