("Pro dia nascer feliz" - Cazuza)
Momento a verdade dói
No mundo modernoso de hoje, tem muita gente querendo ser superpop. Ter um monte de caretinhas felizes no álbum de amiguinhos, ter um monte de gente te seguindo. Legal. Interessante. Troféu Jóinha!
Agora, uma perguntinha só. Quando vc acorda mal, quando está meio triste, pra qual dessas caretinhas felizes vc pensa em ligar? Ou melhor ainda, qual dessas caretinhas felizes vai te atender? Qual delas vai te ouvir? Qual vai, de fato, te entender?
A pior maneira de se sentir só é quando se está cercado por sorrisos transparentes.
Bem, tinha resolvido escrever e postar isso aqui numa rede social, mas parece que tem mais coisas querendo acompanhar esse pequeno texto. Como o espaço é limitado (na verdade não apenas o espaço, mas a paciência das pessoas em ler) nas redes sociais, vou escrever mais e colocar no blog mesmo. Aqui, pelo menos, sei que posso escrever o quanto quiser, sobre o que quiser. Se alguém quiser ler, que leia. Se sentir preguiça, que vá dormir.
Esses relacionamentos internéticos não mudam apenas porque mudou o nome da rede social do momento. Não mudam porque as pessoas atrás dos teclados ainda são as mesmas. E os seus maneirismos, a lente através do qual vêem o mundo, o programa que usam para reagir às coisas ainda são os mesmos.
Quantidade e não qualidade. Não que os meus 100 amigos sejam melhores do que os seus 1.000 (ou 4.999). O que muda é que converso com cada um deles, interajo com cada um deles, gosto de cada um deles. E não tenho medo de deletar, de apagar, de obliterar. E nem de voltar atrás.
Então, de novo, quando precisamos conversar, a quem procuramos? Qual dessas caretinhas felizes realmente pode dizer que presta atenção no que você diz? E qual dessas caretinhas felizes você pode dizer que, além de te ouvir, consegue te entender? Porque se for pra apenas ouvir, melhor comprar aqueles cachorrinhos de brinquedo que só ficam balançando a cabeça. Dizem que são ótimos ouvintes.
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