Um local onde vou guardar alguns retalhos de minha vida, um lugar onde posso deixar meus textos.
Retalhos são pedaços soltos, sem sentido algum se vistos separadamente. Mas, quem sabe se juntos eles não formarão uma bela colcha?
(Cada postagem é composta de três partes. O texto em si, a figura e uma música. De certa forma as três partes estão interligadas, funcionando juntas)
("Stop children what's that sound" - Buffalo Springfield)
Um ano se passou. Mais um ciclo de doze meses ficou para trás.
Quando menos espero, já é natal novamente. E, logo ali, depois da curva, o ano
novo me espera. A virada de ano tem um significado especial pra mim. Não apenas
por ser um novo ano, uma chance de recomeço, de zerar. Também é o meu
aniversário. Pensando em simbologias, são dois em um.
Quando pequeno sempre quis
aprender a tocar algum instrumento. Sempre tive essa fascinação pela música,
pelos músicos, pela capacidade de tirar doces melodias. No primário tive aulas
de musicalização, aulas onde aprendi a tocar flauta doce. Aprendi a ler partituras
simples, a ver as notas musicais, os tons e sobretons. Talvez tenha vindo daí
uma certa facilidade musical. Praticamente qualquer música que eu consiga
assoviar eu consigo tocar em minha gaita.
Um dia alguém me disse que vida
virtual era boa e ruim. Que, na verdade, ela não era nada diferente de todo e
qualquer instrumento criado pelo homem. Ser boa ou ruim dependia apenas da
finalidade com que era usada. Então, se pensarmos bem, ela não é nem boa nem
ruim. Ela apenas é.
O final de semana passado foi
regado de Shakespeare. Na verdade, a semana passada quase inteira foi recheada
de Shakespeare. MacBeth para ser mais exato. Li um ebook que baixei na net (em
português, é claro). Ouvi um áudio book, também arrumado via internet (em
inglês). E vi um antigo filme, de mil novecentos e pedra lascada. Esse em
inglês, com o grande Orson Welles. Li a peça, achei bem interessante. Ouvi o
áudio, achei muito legal. Assisti ao filme, fiquei fascinado.
- Por favor, não prometa que não
vai me magoar. Não prometa que jamais irá sair do meu lado. Não prometa que
tudo sempre irá terminar bem só porque você vai estar sempre ao meu lado.
A vida é longa, e para mim a
crise dos 30 poderia muito bem ser chamada de crise dos “enta”. Ao fazer 18,
não tive grandes problemas. Ao fazer 24, uma ligeira coceira e vontade de usar
bombachas, mas nada muito grave. Ao fazer 30, a vida era leve. Chegando nos
“enta”...
(Porque meus dedos começaram e não terminaram, vou deixar aqui descansando e reler depois. Quem sabe consigo terminar?)
Olhos. Sempre os olhos. Olhos,
olhar. Olhos em sua forma, olhos em sua expressão. A primeira coisa que lhe
chamava a atenção nas outras pessoas eram os olhos. Não só pela cor, não só
pelo formato. Não apenas pelo brilho ou não-brilho. Por isso odiava óculos
escuros.
A arte de se superar consiste, basicamente, em… rs. That’s Bull shit. Não existe fórmula fácil, nem caminho pré definido. Cada caso é um caso, cada situação é uma situação. E, pior, cada pessoa reage de maneira distinta a situações distintas.
Queria não ter que explicar.
Queria não ter que explicitar. Queria não ter que desenhar. Queria não ter que
apontar, mostrar, escancarar e dizer “Take a look!”.
Não sei como você está se
sentindo. Nem posso dizer que imagino como seja a sensação. Sei que dói, sei
que machuca, sei que vale muito pouco já estar preparada para uma coisa dessas.
Ontem, passeando pelos textos do
blog, achei um que parece que foi escrito pelo meu eu do começo do ano para o
eu atual. Pela data, foi escrito pouco antes de eu começar a namorar. Eu o li,
reli, li novamente. E até postei um link no face. Pareciam mesmo palavras
destinadas a mim. Um texto quase profético.
("Tocando em Frente" - Maria Bethania * Fragmentos do texto "Disco Voador" de Fausto Fawcet )
Hoje cheguei a uma conclusão.
Definitivamente não sou o mesmo. Aquele que iniciou o ano de 2012 não é o mesmo
que vai terminá-lo. Durante muito tempo em minha vida eu simplesmente vi a vida
passar.
“Estava à toa na vida, o meu amor
me chamou, pra ver a banda passar... Mas para meu desencanto o que era doce
acabou, depois da banda passar... e cada qual no seu canto, em cada canto uma
dor...”
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Eu tenho zumbi, besouro o chefe dos tupis
Sou tupinambá, tenho erês, caboclo boiadeiro
Mãos de cura, morubichabas, cocares, arco-íris
Zarabatanas, curarês, flechas e altares.
A velocidade da luz no escuro da mata escura
O breu o silêncio a espera. eu tenho jesus,
Maria e josé, todos os pajés em minha companhia
O menino deus brinca e dorme nos meus sonhos
O poeta me contou
Não mexe comigo que eu não ando só
Eu não ando só, que eu não ando só
Não mexe não
Não misturo, não me dobro a rainha do mar
Anda de mãos dadas comigo, me ensina o baile
Das ondas e canta, canta, canta pra mim, é do
Ouro de oxum que é feita a armadura guarda o
Meu corpo, garante meu sangue, minha garganta
O veneno do mal não acha passagem e em meu
Coração maria acende sua luz, e me aponta o
Caminho.
Me sumo no vento, cavalgo no raio de iansã,
Giro o mundo, viro, reviro tô no reconcavo
Tô em face, vôo entre as estrelas, brinco de
Ser uma traço o cruzeiro do sul, com a tocha
Da fogueira de joão menino, rezo com as três
Marias, vou além me recolho no esplendor das
Nebulosas descanso nos vales, montanhas, durmo
Na forja de Ogum, mergulho no calor da lava
Dos vulcões, corpo vivo de xangô
Não ando no breu nem ando na treva
Não ando no breu nem ando na treva
É por onde eu vou que o santo me leva
É por onde eu vou que o santo me leva
Medo não me alcança, no deserto me acho, faço
Cobra morder o rabo, escorpião vira pirilampo
Meus pés recebem bálsamos, unguento suave das
Mãos de maria, irmã de marta e lázaro, no
Oásis de bethânia.
Pensou que eu ando só, atente ao tempo num
Começa nem termina, é nunca é sempre, é tempo
De reparar na balança de nobre cobre que o rei
Equilibra, fulmina o injusto, deixa nua a justiça
Eu não provo do teu féu, eu não piso no teu chão
E pra onde você for não leva o meu nome não
E pra onde você for não leva o meu nome não
Onde vai valente? você secô seus olhos insones
Secaram, não vêêm brotar a relva que cresce livre
E verde, longe da tua cegueira. seus ouvidos se
Fecharam à qualquer música, qualquer som, nem o
Bem nem o mal, pensam em ti, ninguém te escolhe
Você pisa na terra mas não sente apenas pisa,
Apenas vaga sobre o planeta, já nem ouve as
Teclas do teu piano, você está tão mirrado que
Nem o diabo te ambiciona, não tem alma você é
O oco, do oco, do oco, do sem fim do mundo.
Era pra ser o fim. Teria que ser o fim. Tinha tudo pra ser o
fim. Só que, não sei se infelizmente, ainda restaram algumas arestas. Talvez
seja assim mesmo, as coisas não acontecem no ritmo que queremos ou que
desejamos. Elas apenas acontecem.
Apenas um texto que achei perdido em meio aos meus rabiscos, e que resolvi publicar. Na verdade é um texto que fiz como resposta a outro texto de uma querida amiga (uma que sofre de grave (IN)digestão)
("Doo Be Doo" - Freshly Ground) (Na verdade não consegui pensar em nenhuma música...)
Quase pronto. Olho em volta e
vejo o meu cafofo quase vazio. Olho e vejo paredes nuas, sala com eco, quarto
vago. Parece que a vida é mesmo cíclica. Parece que a vida dá mesmo voltas. Ela
me deu uma amostra de como era bom, mas de repente voltou ao início. Um
apartamento vazio, solitário e sem vida. De uma hora para outra me vejo
exatamente onde estava um ano atrás.
Bem, acho que sim. Sim, eu sou um cara romântico, sou um
cara sensível, sou um cara, como diz minha namorada, “mulherzinha”. Tenho uma
sensibilidade aflorada, gosto de coisas melosas, sou emotivo. E cansei de ver algum tipo de problema nisso.
Carnaval. Festa pagã celebrada com pompa e circunstância em um país laico com forte ascendência católica apostólica romana. Quatro (quatro?!) dias de farra, festa e abusos, quando a TV fica lotada de mulheres (semi) nuas, multidões invadem ruas para beber e festejar. Nada mais acontece. As tragédias param, as denúncias cessam. Tudo parece entrar em férias.
Nada como uma noite bem dormida. Ou, no caso, duas. Duas noites, talvez doze ou treze horas de sono. Sono agitado, cheio de sonhos dos quais não me recordo muita coisa. Assim que desliguei o MSN, duas noites atrás, rabisquei algumas linhas no Word. Foi um pouco antes de desativar meu perfil. Não publiquei, talvez pensando em voltar a elas mais tarde. Só que, dessa vez, não tive vontade de terminar. Então simplesmente publiquei, em um formato diferente, com uma foto meio engraçada e uma sugestiva música. “Noite sem Lua”.
Hoje, acordei. A fraca luz, parcos raios de Sol tentavam afastar a penumbra. Algo tonto, embriaguei-me de sua presença. Algo feliz, deliciei-me com seu perfume. Algo esperançoso, deixei que me iludisse.
Algumas vezes me pego olhando meus antigos blogs. É gostoso, me dá um retrato quase exato de como eu era (ou estava) em um tempo passado. Esse texto é de quase dois anos atrás, época em que eu era outra pessoa, época em que eu vivia outra vida. Ainda tem muito a ver comigo, mas também me parece sob medida para algumas situações. Sem meias palavras e sem inteiras metades.
A dor é enorme, assim como a (des)ilusão sofrimento e angústia que não tem fim O mundo todo parece desabar sobre mim perdi o caminho e vago a esmo sem direção
Bem, esse texto eu escrevi depois de ler um post da Ana. Adorei o texto dela, então copiei, fechei os olhos e comecei a digitar. Foi o que saiu, desse jeito mesmo, como sempre sem edições...
Ontem eu fiz de propósito. E hoje vou aproveitar que estou em “transe” pra escrever mais um pouco. Passei o dia fora, indo a médicos e fazendo exames. Resultado? Infelizmente parece que tenho uma saúde muito boa. Vou ficar por aqui por muito tempo ainda. Enquanto esperava, eu lia meu livro “O Demônio do Meio-dia” e pensava em coisas. Foi quando tive a ideia de mudar meu status. Sim, não estou mais “single”. Agora estou “it’s complicated”. Mas sem parceira, acho que complicated comigo mesmo.
("You can't always get what you whant" - The Rolling Stones)
Feelings… Sentimentos. Coisas intangíveis, sobre a qual não temos o menor controle. Despertados, aguçados, incentivados, misturados pelos mais variados e saborosos motivos. Vontade de pegar alguns sentimentos, alguns estados de espírito, e guardá-los em uma caixa. Para poder curtir aos poucos, para poder saborear lentamente. Para que durem o tempo que eu quiser, um tempo maior do que realmente (e infelizmente) duram. Aquela sensação gostosa, sentimento de leveza, de alegria, de quase felicidade. Que nos deixa com um bobo sorriso na alma. E um olhar besta no coração. Make it last, please!
Férias. Juro que pensei que fosse passar muitos dias desconectado. Juro que tinha a certeza de que iria apenas passear por Sampa, tomar o meu banho de cultura básico e curtir alguns momentos sozinho. Afinal, pensava eu, não mais precisarei do virtual quando estiver na metrópole brasileira.
“A depressão é a imperfeição no amor. Para podermos amar, temos que ser criaturas capazes de se desesperar ante as perdas, e a depressão é o mecanismo desse desespero. Quando ela chega, degrada o eu da pessoa e finalmente eclipsa sua capacidade de dar ou receber afeição. É a solidão dentro de nós que se torna manifesta, e destrói não apenas a conexão com outros, mas também a capacidade de estar apaziguadamente apenas consigo mesmo. Embora não seja nenhum profilático contra a depressão, o amor é o que acolchoa a mente e a protege de si mesma. (...) Quando estão bem, alguns amam a si mesmos, alguns amam outros, alguns amam o trabalho e alguns amam Deus: qualquer uma dessas paixões pode fornecer o sentido vital de propósito que é o oposto da depressão. O amor nos abandona de tempos em tempos, e nós abandonamos o amor. Na depressão, a falta de significado de cada empreendimento e de cada emoção, a falta de significado da própria vida se tornam evidentes. O único sentimento que resta nesse estado despido de amor é a insignificância.
A vida é repleta de tristezas: pouco importa o que fazemos, no final todos vamos morrer; cada um de nós está preso à solidão de um corpo autônomo; o tempo passa, e o que passou nunca voltará. (...) Entretanto (...) a depressão não pode ser varrida enquanto formos criaturas conscientes de nosso próprio eu. Na melhor das hipóteses, ela pode ser contida.”
(Esse é dos antigos, beeeeeem antigos. Dos meus tempos de Chat MSN. A se acreditar na data que tá no antigo blog, eu escrevi isso faz quase dois anos já.)
Fazer alguém chorar, fazer alguém sofrer Jamais desejo esse tipo de dor sentir Gostaria tanto de poder te fazer sorrir Ao invés de apenas dor e pesar oferecer
Mais um dia, mais uma história. De fato essa vida de pai é mesmo um barato! Só sinto ter que viver em uma casa separada da minha princesa, mas tento ao menos me fazer o mais presente possível. Sei que nem sempre consigo, sei que nem sempre é possível, mas ninguém disse que a vida era fácil ou simples.
Escrever. Hoje até que estou com vontade. Mas sobre o que escrever? Posso falar sobre minha filha, que ontem ficou enrolando pra dormir. Não queria de jeito nenhum dormir. Lutou contra o sono até tarde. Lá pelas nove e meia da noite resolveu que queria ir no balanço pra brincar. Então começamos. Balança, balança, balança. “Quer que o pai cante uma música?”, sinal afirmativo com a cabeça. E lá vou eu gastar meu repertório de músicas pra crianças. Canta, balança, canta, balança... olhos quase fechados, cabeça pendendo pro lado. “Filha, vamos dormir?”, “não!”. Canta, balança, canta, balança. “Filha, não quer ir pra rede?”, “Tá”. E lá vamos nós pra balançar na rede. Balança a rede, canta musiquinha, balança a rede, canta musiquinha. Menos de cinco minutos, “zzzzzzzzz...” Enfim!
Sim, sim, sim. Sim, sou um cara romântico. Romântico, sonhador, cabeça nas nuvens. Sou assumido, sempre fui e acho que sempre serei. Adoro dar flores, escrever poesias, dizer coisas bonitas. Sou fã de carteirinha do poetinha Vinícius de Moraes. Desde muito novo sempre soube seus sonetos de cor e salteado.
Andei cá pensando com meus botões e acho que vou ser bem curto e grosso. Não gosto, não quero, não me atrai, não estou com vontade. Nem pensar. E nem SEM pensar. Aliás, nem dá PRA pensar.
Hoje, na verdade, eu queria escrever alguma coisa romântica. Queria dizer palavras bonitas, frases delicadas, textos sensíveis. Queria poder expressar tudo o que eu sinto por você, tudo o que passa pelo meu coração quando você vem me visitar (ainda que apenas na lembrança). Queria falar sobre o seu sorriso, que tanto me encanta. Queria falar sobre seu olhar, que tanto me fascina. Queria falar sobre sua leveza, que tanto me inebria. Queria falar sobre você.
Ano novo, vida nova. Dessa vez ladeira abaixo rumo aos enta. E dessa só saio provavelmente morto, afinal não devo chegar aos três dígitos. Enfim, nada a fazer a não ser tocar um tango argentino (bom e velho Manoel Bandeira).